sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Marcha da Longa Milha pela Liberdade

::Coligação Internacional pelo Fim do Cerco Ilegal a Gaza::

Declaração de Princípios e Objectivos

A Amnistia Internacional referiu-se ao bloqueio a Gaza como “forma de punição colectiva a toda a população de Gaza, uma flagrante violação por Israel das obrigações definidas na Quarta Convenção de Genebra”.
O Observatório dos Direitos Humanos descreveu o bloqueio a Gaza como uma “grave violação do Direito Internacional”.
Jimmy Carter, antigo presidente dos Estados Unidos, declarou que os habitantes de Gaza têm sido tratados como “animais” e apelou ao “fim do cerco de Gaza” que priva “um milhão e meio de pessoas dos meios necessários à vida”.
Sara Roy, da Universidade de Harvard, reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho sobre Gaza, afirmou que a consequência do cerco “é sem dúvida um sofrimento em massa, criado em larga medida por Israel, mas com a cumplicidade activa da comunidade internacional, especialmente dos Estados Unidos e da União Europeia.”
A lei é clara. A realidade choca a consciência da humanidade.
E, apesar disso, o cerco de Gaza continua.
O povo de Gaza exortou a comunidade internacional a agir para além da mera condenação.
É tempo para a acção!


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A Marcha da Longa Milha pela Liberdade

Como forma de assinalar o aniversário do assalto sangrento de 22 dias a Gaza por Israel, a Coligação pelo Fim do Cerco Ilegal a Gaza enviará a Gaza milhares de pessoas de todo o mundo.
A 1 de Janeiro de 2010, marcharemos ao longo da milha em redor do checkpoint de Erez com o povo de Gaza, numa manifestação não violenta que romperá o bloqueio ilegal.
A marcha é inspirada pelas décadas de resistência não violenta dos palestinianos, desde o levantamento popular de massas da primeira Intifada à dos habitantes da Margem Ocidental que continuam a resistir às tentativas de anexação por parte de Israel.
Ela inspira-se nos voluntários internacionais que têm vindo a acompanhar os agricultores palestinianos nas suas colheitas, nas tripulações dos barcos que desafiaram por mar o bloqueio a Gaza e nos condutores dos camiões que transportaram ajuda humanitária a Gaza.
Inspira-se ainda em Mahatma Gandhi, que designou o seu movimento de resistência não violenta satyagraha – a firmeza da verdade. Mantemo-nos firmes na verdade de que o cerco perpetrado por Israel a Gaza é ilegal e desumano.
Gandhi defendia que a não-violência, aimsha, exige mais coragem e é mais eficaz do que a violência. Queremos, através da nossa acção, demonstrar a razão do pensamento de Gandhi.
Nada tememos, não voltaremos atrás, não deixaremos Gaza morrer.
Gandhi disse que o propósito da acção não-violenta é “acelerar” a consciência da humanidade. Queremos fazer com que a humanidade não só condene a violência israelita como, acima de tudo, se mobilize para activamente acabar com ela.
Aqueles de nós que residem nos Estados Unidos inspiram-se, também, no Movimento dos Direitos Civis.
Se Israel desvaloriza as vidas palestinianas, é nosso dever – tal como foi dos brancos do Norte que foram até ao Sul durante o Verão da Liberdade de 1964 – interpor os nossos corpos para defender os palestinianos da brutalidade israelita e testemunhar a desumanidade com que são diariamente confrontados.
Se Israel desafia o Direito Internacional, é nosso dever – da mesma forma que foram enviados agentes federais para assegurar a aplicação da lei contra os xerifes racistas do Sul – enviar agentes não violentos de todo o mundo a Gaza para garantir o cumprimento das leis da Comunidade Internacional.
Não tomamos partido na política interna palestiniana. Colocamo-nos, tão só, ao lado do Direito Internacional e da dignidade humana.
Concebemos esta marcha como mais um elo da longa cadeia de resistência não violenta ao flagrante desrespeito de Israel pelo Direito Internacional.
O cerco é ilegal.
O muro é ilegal.
Os colonatos e demolições de casas são ilegais.
As barricadas e o recolher obrigatório são ilegais.
Os bloqueios de estradas e checkpoints são ilegais.
As detenções e a tortura são ilegais.
Se o direito internacional fosse cumprido, a ocupação seria na verdade insustentável.
O sucesso da marcha depende da nossa capacidade de despertar a consciência da humanidade.
Se nos juntarmos em massa ao povo de Gaza nesta marcha pela liberdade e se milhões de pessoas além de nós assistirem, por todo o mundo, à marcha pela internet e pela televisão, podemos pôr fim ao cerco sem que uma única gota de sangue seja derramada.
Se o mundo inteiro estiver a testemunhar, Israel não nos poderá deter.

Por favor, juntem-se a nós.

A Marcha pela Liberdade de Gaza é dedicada à memória do Dr. Haidar Abdel-Shafi e ao futuro das crianças da Palestina.

(28 de Junho de 2009)

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