sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tribunal Constitucional chumba o casamento civil de Helena e de Teresa

«O programa eleitoral do PS volta a falar do casamento entre homossexuais. Mas o Tribunal Constitucional considerou que a Constituição não o permite. Casamento é exclusivamente para heterossexuais.»

Lê aqui o resto da notícia.


Com certeza estes juízes não têm a mesma percepção de constitucionalismo que eu, em que, na presente Constituição Portuguesa, é passível de ser lido que ninguém pode ser discriminado com base na sua orientação sexual e que tod@s têm direito a casar. Ou então, aparentemente não.

E o que mais me irrita no meio disto tudo, é a ILGA Portugal ainda considerar que esta decisão do órgão é favorável, com base no argumento de que dois dos juízes votaram a favor do casamento. Bem sabemos que o Paulo Côrte-Real e a sua trupe sempre foram adeptos do casamento entre esta instituição e uma pseudo-esquerda denominada PS. Faltam-lhes tomates, já diria o outro.


(Um abraço fraterno à Helena e à Teresa que, embora as conhecendo muito pouco, as admiro pela sua coragem, convicção e preserverança.)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eu não sou preconceituoso mas...

Numa entrevista sobre quem deve dar sangue e o que são "comportamentos de risco":

"Mas qual é exactamente comportamento de risco nos homossexuais que faz com que sejam excluídos?

Múltiplos parceiros, relações não protegidas, fazer sexo oral e anal."

E deixo esta citação esclarecedora mas o resto da entrevista está no lê mais!


Lê mais!



É evidente que a exclusão é sempre por comportamento de risco, nunca por grupo de risco. Está provado - todos os meses saem relatórios - que o risco do homem que tem sexo com outro homem é grande. De tal modo que os ingleses publicaram em Março uma resolução para poderem perguntar explicitamente aos possíveis dadores se tiveram sexo anal ou oral com outro homem. E não é por terem nada contra os gays. Nós fazemos as palavras deles nossas. Há factores de risco identificados e são exactamente esses factores que procuramos detectar. A nossa missão é dar o sangue mais seguro possível ao doente. É para isso que estamos aqui. O doente tem esse direito.

Mas por que considera que ser homossexual é ter um comportamento de risco? A pergunta não devia ser: Fez sexo desprotegido, independentemente da orientação sexual?

Todos os dados apontam no sentido de haver uma maior liberalidade do comportamento das pessoas que têm sexo com outros homens. E vou evitar usar a palavra homossexual, porque parece que não é politicamente correcto. Por causa do politicamente correcto, quase nos falta palavras para usar. Não posso falar de selecção de dadores, que me chamam Hitler. Nós não temos absolutamente nada contra os homossexuais. A doação de sangue é feita sem olhar a religião, a partidos, a nada. É feita porque há pessoas que precisam dela. Todo o esforço tem que ser o de encontrar o melhor sangue. Mas então toda a Europa, todo o mundo está enganado? Países muito liberais, como a Holanda ou a Suécia, estão enganados quando dizem que esse comportamento é de risco?

Homens que têm sexo com homens são excluídos em toda a Europa?

São, excepto na Itália. É evidente que tudo é baseado na confidencialidade. O dador chega e são-lhe feitas perguntas que são muito embaraçosas para qualquer pessoa. Mas se a pessoa quer dar sangue, tem que fazer isto. Sabemos quais as situações de risco e temos que perguntar até chegarmos àquele ponto em que consideramos: tenho dúvidas. E, na dúvida, não aceitamos.

Qual é a pergunta que faz com que a exclusão seja pelo comportamento e não pelo facto de serem homossexuais. É-lhes perguntado se usam ou não preservativo?

Pode ser perguntado. Temos dezenas de médicos a fazer rastreios, cada um tem a sua técnica. É evidente que não podemos hostilizar o candidato, mas precisamos que tenha a certeza que não põe o receptor em perigo. Só seleccionamos o sangue que temos quase a garantia que é o melhor sangue.

Mas qual é exactamente comportamento de risco nos homossexuais que faz com que sejam excluídos?

Múltiplos parceiros, relações não protegidas, fazer sexo oral e anal.

Mas todas essas perguntas também se aplicam, exactamente da mesma forma, aos heterossexuais.

E nós perguntamos.

Mas não os excluem à partida.

Excluímos. Esse é que é o equívoco. Todas as pessoas que têm estes comportamentos são excluídas. A média de exclusão é na ordem dos 27% a 30%. Às vezes vamos a escolas superiores e excluímos 50% ou mais. Não é porque estejam infectados, é porque basta uma relação sexual não protegida nos últimos seis meses para anular a dádiva. É muito desanimador quando vamos a um sítio destes e metade são excluídos por comportamentos de risco. Mas há uma diferença. Estes são eliminados e aceitam, os homossexuais não. E dizem que é discriminação.

E quando a relação é protegida?

A relação sexual nunca é 100% protegida, isso é outro equívoco. Há preservativos que se rompem, pode haver fuga de líquidos, outros contactos. Não estamos a dizer que não aceitamos homossexuais, mas que não aceitamos comportamentos de risco.

Um casal homossexual com uma relação estável e sem outros parceiros tem mais risco que um casal heterossexual na mesma condição?

Essa é uma pergunta difícil. A verdade é que não temos ainda, apesar das tentativas, um questionário que nos permita fazer a divisão. O comportamento de risco é analisado e avaliado, não sabemos qual é o resultado. Pode ser aceite ou não ser. Se a pessoa diz que não teve outro parceiro e o parceiro também garante que não teve outro, a decisão pode ser a de aceitar. Mas a experiência também nos diz que relações que em princípio eram totalmente monogâmicas não são tão monogâmicas assim.

Mas isso para toda a população, independentemente da orientação sexual...

Sim, para toda a população. Agora o que os dados apontam - e é isto que as pessoas têm que aceitar, tenho pena, mas têm que aceitar - é que os homens representam 85% da prevalência da infecção. É a coordenação para o VIH que diz isso...

A coordenação diz que os homossexuais deixaram de ser o grupo de maior transmissão do vírus há anos.

Há um problema com esses dados. Não dizem nada, estão encriptados. Os dados dizem que 58% infectadas são heterossexuais e 16,6% homossexuais. Acha que em Portugal existe um homossexual para cada três heterossexuais?

Esses dados aplicam-se aos casos de infectados, não à população em geral.

Sim, são dos novos casos. E aqui há discrepância. As estatísticas internacionais dizem que dois terços do total de infecção em homens - são homens que tiveram sexo com homens. A taxa de infecção naquela população é muito elevada.

O coordenador é epidemiologista e diz que não há razão para a exclusão.

Eu prezo muito o professor Henrique Barros, é um homem competente e tem uma tarefa terrível que é conseguir tirar Portugal do lugar que ocupa na infecção por VIH. Estamos no 52.º lugar de 53 países na Europa. Foi uma herança pesada que recebeu e tem que lidar com ela. Mas outra coisa é a doação de sangue. Há uma posição de conforto que é não ter que assumir a responsabilidade pela segurança do sangue. Nós é que somos os técnicos desta área, nós é que temos que decidir, não é uma pessoa que tem a tarefa ingrata de lidar com o VIH.

O sangue é sempre analisado, incluindo o de um homossexual que mente?

As análises só por si não são suficientes para garantir a 100%. Entre o momento em que se dá uma infecção e o momento em que ela é detectada, há um período de janela em que não conseguimos detectar nada. No VIH, eram 21 dias, agora são sete. Mas, mesmo com a nova tecnologia, o teste não detecta hoje uma pessoa que se infectou há uma semana. Só uma história clínica bem feita e a auto-exclusão podem ajudar. Se uma pessoa vier para ver se dá positivo, a infecção pode passar. Por isso, fico estarrecido com afirmações de líderes de movimentos activistas que vêm dizer que vão passar a esconder o facto de serem homossexuais. E ninguém se revolta? Isto é deliberadamente querer introduzir no circuito sangue contaminado. Ética, moral e criminalmente pode ser processado.

Qual é a percentagem de casos positivos detectados nas colheitas?

No ano passado tivemos oito casos, o que dá um para 25 mil doações.

E eram homens que tinham relações com outros homens?

Alguns eram.

Mas também havia heterossexuais.

Provavelmente. As pessoas devem estar informadas sobre o que os especialistas consideram comportamento de risco e devem aceitar. Esse é o apelo que fazemos: aceitem a nossa opinião. Os especialistas não estão todos enganados.

Mas qual é a base científica na qual se baseia para dizer que os homossexuais têm mais comportamentos de risco?

Eu não disse isso. A evidência que temos são inúmeros trabalhos que mostram uma maior prevalência de determinadas doenças sexualmente transmissíveis, e por transfusão neste grupo de pessoas que tem este comportamento. Isso está mais do que provado.

Que gays têm mais sexo inseguro?

Os números mostram isso.

Os números da infecção?

Não só por VIH. A sífilis aumentou na Austrália e no Reino Unido, sobretudo à custa das relações homem com homem.

Assume que há uma descriminação, mas justifica-a por segurança.

Não discriminamos. Mas temos por obrigação garantir que fazemos tudo pela segurança. Mesmo sendo injustos para algumas pessoas que poderiam dar sangue mas que, na dúvida são excluídas. A malha é muito apertada. Quando uma pessoa se apresenta assumidamente como homossexual e quer dar sangue, eu interpreto como uma provocação. Quem quer vir dar sangue não vem com esta atitude.

Volto à pergunta inicial, a exclusão é por grupo ou comportamento? Nesse caso, a pessoa até pode praticar abstinência sexual.

Algumas questões não fazem sentido. Ter uma relação homem com homem e ser excluído para o resto da vida. Defendemos que haja uma certa abertura. Homens que foram violados, não devem ser excluídos. Se for esporádico, é justo? Não. Estamos a falar em aspectos técnicos e são os especialistas que têm o conhecimento e a população deve aceitar os conselhos dos especialistas.

Mas os especialistas dividem-se.

Não. Uma coisa é o aspecto técnico. Outra aspecto é o politicamente correcto. Mas quem segue o politicamente correcto não tem a responsabilidade que nós temos. Com os doentes não há lugar ao politicamente correcto, mas ao tecnicamente correcto.

Em 2006, o IPS mudou as regras.

O que fez foi retirar a palavra homossexual e substituir por comportamento de risco. Politicamente correcto. Na prática, manteve-se o mesmo.

Não prevê nenhuma mudança?

No dia em que for possível detectar uma infecção no mesmo dia o problema ficaria resolvido.

José Sócrates disse esta semana na Blog Conf que a decisão o chocou e que merecia estudo. Foi contactado pelo gabinete do primeiro-ministro?

Não. A ministra deu o seu apoio.

Não lhe foi retirada a confiança política?

A confiança política podem retirar sempre, a técnica é que não.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

terá sido o dinheirinho do Pinochet a fazer a diferença??

Actividade internacional contribuiu para 34% dos lucros [deste passado semestre] do Banco Espírito Santo

terça-feira, 28 de julho de 2009

cuidado com a guarda...

Viragem monociclica...


A trapaça política que José Sócrates tem para o PS é de uma hipocrisia brutal, é uma tentativa suja de viragem a ideias e a ideais que nunca se propôs realizar enquanto governo e que são hoje bandeiras de combate de um partido dito socialista que se quer apresentar à esquerda mas que na verdade é a cara suja das políticas liberais, desruladoras e incompetentes que nos afundaram na crise interna estrutural que hoje vivemos.

O PS de hoje é um total subserviente daquilo que são os lóbis políticos e económicos da grande burguesia europeia e nacional, que deixa sistematicamente que o poder económico se sobreponha ao poder político.

O que acontece hoje é que José Sócrates em gestos marketindarizados e comercialmente pensados tenta criar uma lista às legislativas onde se encontram grandes nomes da cultura, das causas sociais e da esquerda... nomes como Inês de Medeiros, Miguel Vale de Almeida ou Joana Amaral Dias (?).

Sem dúvida do ponto de vista do marketing político a inclusão de pessoas mais ligadas à esquerda, à cultura, às causas sociais seria um excelente estratégia caso o PS nestes quatro anos de governo tivesse tido realmente uma política de esquerda, intimamente ligada à cultura e às causas sociais. Mas não esteve nem perto disso...

Aliás eu, como defensor das causas LGBT era incapaz de estar numa lista de um partido que em Novembro passado votou contra a legalização do casamento homossexual, assim como actor cultural que ainda vou sendo era incapaz de estar num partido que dá à cultura e ao desenvolvimento cultural menos de um por cento do orçamento de estado.

Mas felizmente (e acho que deveríamos estar atentos a este sinal) Joana Amaral Dias disse não!, e regateou de uma forma sublime: não, por razões obvias!
Por razões óbvias Joana Amaral Dias apesar de estar afastada do Bloco disse não ao PS, não a José Sócrates e não às políticas liberais de um partido que se diz socialista mas que nem um estatuto social-democrata consegue alcançar.

Apesar de alguns nomes de peso (é verdade), o PS de hoje e que agora segue para as campanhas, jamais conseguirá apagar aquilo que foram quatro anos de rendição e subserviência às políticas liberais e aos grandes interesses económicos...

Desde a concessão do sector a energia aos grandes grupos políticos e económicos privados (Américo Amorim, e aos tão ilustres “Eduardo dos Santos”), desde pactuar com a grande ofensiva que irá fazer da água um recurso privado, desde a destruição continua e insensível do serviço nacional de saúde e de pontos destes que exerciam sobre as populações do interior uma enorme importância, desde a destruição dos sectores produtivos como a agricultura e a pesca pactuando com os grandes interesses que na selvajaria liberal se apropriam dos fundos comunitários, desde a humilhação aos professores, aos alunos e da escola pública, desde a protecção descarada aos banqueiros que afundaram o sistema financeiro português e que fizeram com que os contribuintes metessem (em vez dos reais responsáveis) dois mil milhões de euros nesses bancos, desde a incoerente reforma da segurança social que em vez de aproveitar outras formas de financiamento como um imposto sobre as grandes fortunas como o bloco propôs prefere encontrar uma formula de calculo que fez baixar substancialmente as reformas em Portugal e que distancia milhares delas do salário mínimo, desde o pactuar com os grandes lobbies económicos que colocam o interesse imobiliário, económico e político à frente daquilo que é o interesse ambiental (como o caso dos contentores em Alcântara), desde o brutal desrespeito pelo interior não fazendo nada consideravelmente relevante para fixar pessoas, jovens, serviços, postos de trabalho, desde o pacto com o patronato impondo um código de trabalho irrealista e penalizador dos direitos dos trabalhadores, nunca combatendo a pratica dos baixos salários e da precarização laboral (a ofensiva patronal do século XXI), passando também pelo continuo desprezo pelas comunidades imigrantes, pelas pessoas honestas dos bairros socais, por todos os gays, lésbias, bissexuais e transexuais que viram o PS aliar-se ao ultra conservadorismo, além da subserviência perante o imperialismo Americano que faz com que tenhamos soldados a matar inocentes por exemplo no Afeganistão. E sobretudo os dois milhões de pobres e os milhares de desempregados que hoje são a evidência mais nítida da incompetência do neo liberalismo...

Enfim por muita viragem de nomes e de imagem que José Sócrates queira fazer os nomes que perpetuaram e pactuaram com estas políticas estão todos nessa lista: Vieira da Silva (Setúbal), Ana Jorge (Coimbra), Luís Amado (Leiria), Pedro Silva Pereira (Vila Real), Jorge Lacão (Santarém) e Bernardo Trindade (Madeira), Jaime Gama (Lisboa) António José Seguro em Braga, José Junqueiro em Viseu, Mota Andrade em Bragança, Carlos Zorrinho em Évora, Miranda Calha em Portalegre, Luís Ameixa em Beja e Ricardo Rodrigues nos Açores, Alberto Martins (Porto), Maria de Belém (Aveiro), João Soares (Faro), Francisco Assis (Guarda), e Rosalina Martins (Viana do Castelo) e o indomável José Sócrates por Castelo Branco.

A verdade é que ainda que com alguns nomes considerados mais à esquerda na tentativa de uma lavagem comercial, as políticas não enganam, não metem e são bem claras: são políticas economicamente liberais, socialmente conversadoras e totalmente subservientes face à grande finança, ao grande capital e aos senhores do Mundo.
É isso que nos distingue, é que nós somos o oposto disso!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

and now for something completely different...

ontem (domingo), não tive nenhum telefonema (não atendido) de números não-conhecidos.
ou a maltinha do Partido do Sócras está mais acagaçada na realização dos seus "convites", ou então não me dão valor algum...

PS: prefiro não saber as vossas opiniões/respostas quanto ao meu "ou ... ou então...". :P

domingo, 26 de julho de 2009

agora, cada vez que o meu telelé toca, até se me dão uns arrepios... liga-me lá, ó betinho joão tiago!!

[ps: p.f. clica na imagem]

sábado, 25 de julho de 2009

JAD, a "nossa" Joana D' Arc???

não lhes dei particular importância, seriam apenas mais uns telefonemas por atender (enquanto eu dormia, ontem e hoje ao final da manhã, pelo meio-dia)... se importante fosse o assunto a tratar, podiam sempre voltar a ligar-me depois, pensei eu ao acordar.

mas, agora, dando-me conta do assédio realizado pelo Sócras à "nossa" JAD, já não sei, não!! simplesmente (pres)sinto que posso ter perdido a minha oportunidade!

para mim, bastava-me que fosse o betinho-portavoz do PS a ligar [afinal quem raio se chama joão tiago?!, pior só mesmo diniz maria ou martim bernardo...]

opá!! voltem lá a ligar-me, que eu estou com pouco saldo no meu telelé... sei bem que @s assessor@s governamentais têm um plafond (quase) ilimitado de factura de telemóvel, por isso: voltem lá a ligar-me, "camaradas"!!

eu BEm sei que não tenho os atributos da (só agora?) "extraordinária" JAD... mas (como disse o Cristiano Ronaldo) há "oportunidades que só se tem uma BEz na vida"!! senhor@s 9659671XY e 9265137WZ, agora estou disponível para vos atender... ;)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

« Vargas 14»


Esta fotografia do artista Wolfgang Tillmans foi o estímulo primeiro do texto que agora o é, tendo em conta que não vou esclarecer o uso de tal título.

Portanto, ao ter em conta a imagem, é claramente visível que não vou escrever sobre física quântica, mas sobre perspectiva;

Vou apresentar a construção de uma –uma- (parece-me importante a repetição) perspectiva, no mínimo, quotidiana.

Esta construção vai ser feita como se de uma nova receita de culinária se tratasse, simplesmente porque acho que a imagem tem uma plasticidade gomosa.

Vamos começar:

Antes do adiante, farei o devido esclarecimento dos materiais a usar e como irá decorrer a combinação, também parece-me importante referir que é indispensável um conhecimento profundo do contexto-histórico e da realidade actual de cada ingrediente;

Materiais: uma panela litigante que irá ser preenchida até três quartos e uma colher de pau alternadeira;

Combinação: devo dizer que dividi este processo em três momentos próprios de nome, que não por acaso, se complementam, até porque o recipiente é o mesmo.

Ora... três “Aparições” que mais não são, do que o resultado de uma exaustiva dedicação retiniana e perceptiva;

Aparição nª1: Mau-Olhado – ingrediente fácil de encontrar, pois é dado por inteiro, apesar de não ter um preço explícito, participa das audiências do mercado; a sua abundância resistente é altamente perigosa e contagiante, não fosse a linguagem um vírus; provoca a insanidade das pessoas que o inalam; ingrediente de terra antiga, com especial afecto pela barroca, tem sua origem, sem surpresa, nas particularidades sexuais, tais como: impotência e frigidez, particularidades essas que são consequência da divisão dos sexos (por graus de funcionalidade), que é a forma primeira de extermínio da sexualidade e de qualquer tipo de relação; é um ingrediente que também presta especial atenção às deformações corporais, portanto, à pessoa considerada deformada é atribuída a categoria de ser invejosa e consequentemente um perigo que deve ser evitado pelas pessoas sem deformações; podemos referir também que qualquer pipi que dê palpites de longo prazo, na presença deste ingrediente, deve ser rapidamente aniquilado; as pessoas que ficarem expostas a este ingrediente, caso não consigam identificá-lo, podem ficar gravemente doentes ao ponto de terem corrimentos cerebrais contrários ao princípio da igualdade – palavra chave de qualquer vida socialmente cívica - tais como: «Os homossexuais masculinos não podem dar sangue, porque têm comportamentos de risco»; estudado o profundo problema vamos colocá-lo dentro da panela litigante;
Ver também: Homens-Bons

Nota: não esquecer a qualidade de não-mulher dos termos apresentados.

Aparição nª2: Cruz Peitoral de um bispo – ingrediente sagrado (símbolo de culto cristão), logo de altíssimo valor individual jamais recuperado do mar; contém ouro espanhol e é um ingrediente com três centímetros de diâmetro; apesar de ser único e ter sido seu destino as profundezas oceânicas, qualquer cruz terrena, quer feita com materiais pobres, quer de forma abstracta tem igual valor; é um ingrediente altamente perigoso, pois tem como principal objectivo converter as pessoas todas (todas repito) numa criatura masculina (criatura essa criada pelo próprio ingrediente) que vive (segundo o ingrediente) acima da atmosfera; propaga num raio de grande alcance a consciente violência e anestesia para com as desigualdades sociais, de forma a potenciar a incapacidade de reagir à discriminação e à dor; é um ingrediente que não teve alterações significativas desde a sua criação até aos correntes dias; identificado o profundo problema, antes de pô-lo na panela litigante, vamos cortá-lo aos bocados (para não o confundirmos com o símbolo sexual da mulher, que é um símbolo uterino) e para inspirar-lhe próximas e rápidas mudanças, vou basear-me no método de excitação de Errol Fynn, que como afrodisíaco usava coca na ponta do pénis; portanto, parece-me melhor banhá-los primeiro em cocaína e de seguida metê-los na panela litigante;
Ver também: instrumentos de tortura; Entrolho

Apariçãonª3: Bardanas e Ortigas: Estes ingredientes aparecem com o sentido de voltar a lembrar-me da colher de pau alternadeira; são ingredientes que permitem espaço temporal para uma auto-educação; vamos percepcionar a memória e mexer - movimentos giratórios- os três quartos da panela litigante; por fim, podemos provar..............................categoria!
Ver também: Comportamentos de risco

já nós sabíamos que nos andam sempre a dar a mesma música...

PS e PSD disputam a mesma banda sonora

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A época parva? Não! Os Parvos da Época!

1. Em altura de balanços parece que o único balanço é em movimento, tipo baloiço! António Trindade e António Salvador, ambos dependentes (ou seja, ex-independentes), foram os únicos, comigo, a responder ao Tinta Fresca para fazer balanço do mandato autárquico.
É triste a mesquinhez de Salvador contando os pormenores de um caminho atribulado e contando as birras e zangas de coleguinhas. Enquanto que política, nada!
Também Trindade apresenta o seu (fraco) programa eleitoral, mas não explica o que aprovou ou não. É como se ele e o seu programa fossem um só, tenham ou não executabilidade.
Eu fiz um balanço mas talvez devesse ter entrado naqueles caminhos estranhos que não interessam a ninguém, estava distraído.

2. Reinaldo Silva é a nova estrela do concelho. Após os tais 14 anos a apajar Jorge Barroso e a servir de suporte PSD ao independente, candidata-se pelo CDS. O importante aqui não é o facto de se candidatar no partido cristão mas tentar desligar-se de quaisquer responsabilidades no estado do município. Até se tenta desligar também da perpetuação do PSD no poder, mas tem muitas muitas culpas que a malta não se esquece.

3. Vêm aí mais tentativas de parcerias público-privadas. Constantemente se tenta diminuir a clareza das coisas, dos poderes e das escolhas. Se alguma coisa correr mal é da crise, já sabemos.

4. Agora é o Região de Cister que me desilude. Decide não publicar mais "textos de opinião com origem partidária em virtude de não ter condições para os editar. Por um lado, porque de alguns partidos se não conseguem e por outro, porque o seu teor estava a assumir, por vezes, uma forma e dimensão contrárias à linha editorial deste jornal que privilegia o equilíbrio, o rigor, a independência e a isenção."
Sr. Director José Ribeiro Vieira, queria independência e isenção em artigos de análise política? Como funciona isso? E como pode o jornal dizer-se ou querer-se isento com decisões destas? Parece-me que o artigo do Emanuel Tomaz ofendeu espíritos e agora paga o justo pelo pecador. Será que é isento decidir a menos de 3 meses (12 edições) que não há lugar a mais artigos? E fiquei a saber pelo editorial, mas isso é o menos.
Será que amigos e amigas que não sejam do Bloco podem escrever sobre o Bloco? Qual é o critério? Só se escreve sobre Bola agora?
É-me muito confusa esta decisão. E comprova a necessidade cada vez maior que a Nazaré tem de ter um jornal próprio, notícias e opinião do concelho. Isto de dependermos dos pouquinhos meios de comunicação começa a ser demasiado triste.

5. Agenda: Francisco Louçã virá à Nazaré. Domingo, pelas 17h, junto ao antigo Hotel Dom Fuas para contactar com a população. Depois de um breve passeio, haverá um lanche-jantar na tasca Cova Funda, junto à Praça Sousa Oliveira, ainda com Francisco Louçã. Apareçam para a apresentação da Candidatura Autárquica à Câmara e Assembleia Municipais da Nazaré e Junta de Valado dos Frades.

Em estéreo com o Gargol.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

nos próximos dias: provavelmente este blogue vai estar (ainda) mais paradinho...

...

domingo, 12 de julho de 2009

que este blogue não tem "postas" novas há uns dias...

amo-vos a tod@s!! muito, muito... :P

quinta-feira, 9 de julho de 2009

uma prendinha do meu aniversário...

... foi o livrinho «A Doutrina do Choque - a ascensão do Capitalismo de Desastre», da Naomi Klein.

poderá/deverá ser a minha leitura deste Verão, depois de lido farei então aqui um comentáriozinho... :P

podem ainda ver um vídeo sobre este mesmo livro...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"A Nazaré é uma Cidade Modelo"*

*Este slogan é do hipermercado Modelo da Nazaré, apesar de a Nazaré ser uma Vila.

Mais uma vez a Nazaré terá um verão impressionante. Para além de, pelos vistos, irmos todos cagar à praia, teremos o momento alto em pleno 14 de Agosto com António Manuel Mateus Antunes a dar um concerto Modelo. Não é o Tonh-Manel, nem o Ti Antuntes, é o Tony Carreira.

Neste dia não irei ao Sítio e espero, sinceramente, que não se ouça na praia.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Segue a repressão nas Honduras


O avião que transportava Zelaya foi impedido de aterrar por obstáculos colocados na pista. Durante os protestos, o exército abriu fogo sobre os manifestantes e matou dois. Entre eles, um rapaz de 16 anos.

Imagens em directo aqui

La copla no tiene dueño
Patrones no más mandar
La guitarra americana
Peleando aprendió a cantar

(Excerto de Canción para mi América)

domingo, 5 de julho de 2009

a seguir atentamente nos dias próximos...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

As minhas mais recentes aquisições



Contra as touradas nos Açores


Apelo a todos para assinarem esta petição de um grupo de pessoas da Ribeira Grande (na Ilha de São Miguel, Açores) que propõem que seja a próxima cidade a se declarar anti-touradas, tendo em conta as recentes declarações pró-touradas dos dirigentes daquela cidade.

Agora é esperar que a Ministra da Educação faça um manguito aos professores e alunos no Parlamento

O que surpreende mesmo é que Pinho não sai por uma gaffe política, mas por falta de política. Pinho anunciou o fim da crise, apelou ao investimento estrangeiro em Portugal por causa dos baixos salários (na China!) e caiu por dois indicadores a apontar para o céu.


fuck you !

mais uma vez, tenho mais dúvidas do que certezas...

... mas se considerarmos a queda/demissão ministerial de Manuel Pinho como a primeira demonstração da influência e da força de pressão duma "política twitteriana", será isso bom/positivo para a Política??

a Ministra da Educação [deste mesmo Governo de Sócrates] não caiu quando estiveram (várias vezes!!) três quartos duma classe profissional (professor@s, por si tutelad@s) nas ruas... o Ministro da Economia [este mesmo Manuel Pinho] não caiu enquanto fomos tendo (todos os dias) mais e mais pessoas a irem para o desemprego (com empresas a encerrarem ou a irem para lay-off)...

mais um bídeo...

Precários Inflexíveis foram à TVI 24

Myriam Zaluar, dos Precários Inflexíveis, foi a convidada do programa "Consultório" da TVI24. Fica aqui o vídeo da conversa sobre falsos recibos verdes.

Estas touradas valem a pena



Roubado ao Arrastão

quinta-feira, 2 de julho de 2009

é mais um simples palpite meu, mas...

quem será que ficou mais chateado, triste e incomodado com a demissão de Manel Pinho, da pasta "da Economia"?? de imediato surgem-me dois nomes: Francisco van Zeller e João Proença.

cada precári@ e cada desempregad@ só acham que o (ex-)Ministro "da Economia" já vai tarde!!!!

Este é O PS.



Demissão exige-se.
E um pedido de desculpa formal.

Há coisas ridículas

A Juventude Popular de Odivelas tem, na sua página, o nome de todos os militantes inscritos na "jota". Destaque para o facto de a JP ter mais "dirigentes" do que "militantes de base".

http://jpodivelas.no.sapo.pt/militantes.htm

quarta-feira, 1 de julho de 2009

a aparição da virgem! (II)

Tenho de fazer esta correcção imediata: Isabel Vigia foi eleita a 10 de Outubro de 1999, cumprindo no final deste mandato10 anos de deputada distribuídos por 3 legislaturas.

A Confraria de Nossa Senhora da Nazaré é uma Instituição Privada de Culto e Solidariedade Social, não é propriamente de gestão pública. Note-se que os serviços continuados, as consultas de várias especialidades e as referidas camas são tudo serviços muito bem pagos.
Hoje as pessoas têm de ir ao SAP (serviço de atendimento permanente) que funciona provisoriamente acoplado ao provisório Centro de Saúde. Lembrar que mesmo aí também se paga (neste caso taxas moderadoras aprovadas pela maioria da qual faz parte Isabel Vigia).

A 2 Junho passaram a existir 258 postos Casa Pronta (exemplos próximos: na Nazaré, Marinha Grande, Pombal, Óbidos, Leiria, Bombarral). Ainda bem porque não se justificam as fortunas gastas em tecnologia que não funciona, que burocratiza. Mesmo o Casa Pronta poderia, acredito, ser mais barato e funcional (dependendo do software utilizado, por ex.) e deveria chegar a mais locais - Alcobaça, por exemplo.

Sendo certo que na página da Assembleia da República não estão muitas informações da actividade da deputada na IX legislatura, nas restantes duas contam-se 2 intervenções; 6 iniciativas; uma série de votos de pesar e louvor e Audições aos Ministros do Governo que suporta (e algumas associações externas).

É natural que tenha muito trabalho (e algum muito importante) nas comissões em que participa, nomeadamente nas Relações Internacionais e Estudos Europeus (também a minha área de Estudo). São áreas importantes. A minha critica à sua intervenção e à sua prestação neste mandato, não pretende demonizar a deputada.

Não existe propriamente grande ligação entre eleita e eleitoras/es e isso é de lamentar profundamente. É visível, por exemplo, na má relação que mantém com o seu eleitorado na Nazaré. Apenas ao fim de 16 anos e 4 eleições autárquicas perdidas, consegue um acordo que tenta apaziguar parte da militância local.

O contacto tem de partir da pessoa eleita, essa é que tem de se expôr para debater com os eleitores durante o mandato e sujeitar-se a balanço final.