domingo, 29 de novembro de 2009
Desligar-se da "grelha"
Um exemplo inspirador que revela a possibilidade de nos desligarmos da "grelha" capitalista e criar pequenas bolsas de resistência locais.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
PSOL e o futuro da esquerda Brasileira
Está quente o ambiente na esquerda Brasileira. Com a recusa de Heloísa Helena para assumir uma candidatura às presidenciais brasileiras do próximo ano (tudo indica que prefere se candidatar ao Senado) abriu-se uma crise que parece por em xeque a reedição de uma frente de esquerda, ampla e unitária, como a que se assistiu em 2006, com PSOL, PSTU, PCB e vários movimentos sociais. Mas a turbulência no PSOL, o movimento chave deste processo, estende-se para lá desta recusa.
Não tendo definido uma estratégia clara para as presidenciais no seu último congresso, assiste agora ao apoio declarado de uma boa porção da sua direcção política à candidatura de Marina Silva, figura do ambientalismo brasileiro e ex-Ministra do Ambiente do actual Governo Lula que rumou ao Partido Verde (PV), inclusive com declarações públicas muito elogiosas por parte de Heloísa Helena. Este processo despoletou um crise interna no partido, com várias das suas correntes a manifestar o seu desacordo perante este possível apoio à figura de Marina Silva e o projecto político constituído pelo PV, partido que no passado chegou mesmo a integrar o governo de Fernando Henrique Cardoso e que tem como actual presidente Zequinha Sarney, filho de José Sarney, Ex-Presidente da República e figura política de proa das grandes oligarquias do nordeste do brasil.Marina Silva, que reunirá, é certo, algum apoio de alguns descontentes da candidatura Petista de Dilma Rousseff para além de alguns intelectuais, artistas e parte do movimento ambientalista (para não falar dos elogios de Al Gore) parece estar longe de gerar consensos na esquerda brasileira, tendo mesmo o PSTU já avançado com a pré-candidatura de José Maria.
O PSOL aparece da confluência de várias correntes que surgem da crise do PT como projecto de luta e agregação socialista, tem ainda uma frágil consistência interna e uma direcção bastante dividida, mas reúne em si um filão essencial de toda a esquerda brasileira política e social, sem a qual uma alternativa de esquerda e de combate socialista ficará condenada ao fracasso. A pré-candidatura interna de Plínio Arruda Sampaio, histórico militante da esquerda brasileira, aparece assim como uma alternativa que poderá ser definidora nos próximos tempos, veremos.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
há uma semana atrás o movimento estudantil pode ter ressurgido em Portugal, mas... lá fora... lá fora...
domingo, 22 de novembro de 2009
Querem despejar o Centro de Cultura Libertária
O CCL é um ateneu cultural anarquista fundado em 1974 por velhos militantes libertários que resistiram à ditadura, ocupando desde então o espaço arrendado no número 121 da Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Tem sido um espaço fundamental para o anarquismo em Portugal acolhendo sucessivas gerações de libertários. O Centro possui uma biblioteca e um arquivo únicos em Portugal, com material anarquista editado ao longo dos últimos cem anos, assim como uma distribuidora de cultura libertária. Durante a sua existência, o Centro acolheu várias actividades, tais como debates, passagens de vídeo ou diversos ateliers. Diferentes publicações aqui se editaram, como a Voz Anarquista nos anos 70, a Antítese nos anos 80, o Boletim de Informações Anarquista nos anos 90 e o Húmus, mais recentemente.
Em Janeiro de 2009, foi instaurada por parte do proprietário do edifício uma acção de despejo contra o Centro. Esta acção foi contestada por vias legais, o que deu lugar a um julgamento que decorreu entre Setembro e Outubro. No dia 2 de Novembro, foi emitida a sentença que resultou na resolução do contrato de arrendamento, tendo sido dados 20 dias ao Centro para abandonar as suas instalações.
O Centro vai recorrer desta decisão. Nesta nova fase é preciso suportar custos que dizem respeito ao recurso e aos honorários do advogado. Até à data ainda não sabemos exactamente a quantia necessária mas, pelo que averiguámos, será necessário reunir umas largas centenas de euros.
O contexto que deu origem a este caso não diz respeito apenas ao Centro de Cultura Libertária, mas a todos aqueles que se vêm a braços com a falta de escrúpulos dos senhorios e restantes especuladores imobiliários. É importante relembrar que, ainda que este processo tenha sido iniciado sob alegações do ruído excessivo produzido pelos frequentadores do Centro, estão em causa outros interesses, nomeadamente o do senhorio em rentabilizar o espaço, alugando-o por um preço bastante mais elevado do que o praticado agora.
O desaparecimento deste Centro significaria a perda de um importante espaço de reflexão, debate, luta e resistência.
À semelhança dos/as companheiros/as que lutaram para que este espaço existisse, resistiremos uma vez mais, e NÃO perderemos o CCL nem às mãos dos tribunais, nem da especulação imobiliária nem por nada.
Continuaremos a lutar para que este espaço continue!
Toda a solidariedade e apoio que possam dar força à resistência do CCL é da máxima importância e urgência.
Saúde e Anarquia!!!
Centro de Cultura Libertária
07.11.09
Contactos:
E-mail: ateneu2000@yahoo.com
Correio:
Apartado 40
2800-801 Almada – Portugal
Blog: http://culturalibertaria.blogspot.com
sábado, 21 de novembro de 2009
Nem anjos, nem predadores
Porfírio Silva aplica o termo "metafísico" numa multitude de situações, conferindo-lhe uma estranha mobilidade semântica.
Parece não conseguir distinguir entre a natureza humana, essencial, e a pluralidade das suas manifestações, que da sua essência derivam. A natureza humana é um factor necessário, ao passo que as suas manifestações são contingentes e altamente condicionais: a natureza humana é, em última análise, dialéctica. É portanto inútil falar de seres humanos essencialmente predatórios ou sumamente bons.
A Metafísica lida com as questões da identidade e da categorização. É compreensível que se entidade X apresenta características tais que Y e Z, sendo que ambas são consistentes com A, X é A. Se eu defender defender a posse colectiva dos meios de produção e a igualdade de acesso aos recursos, eu sou, necessariamente, Socialista. Assim como todos os sujeitos que partilhem de Y e Z são necessariamente A.
Resta dizer, no que concerne à natureza humana, que estes possuem uma vasta gama de sentimentos morais, nos quais se encaixa a cooperação. A cooperação é um dos mais importantes factores de evolução, e um comportamento cuja base biológica é perfeitamente coerente com o interesse próprio e consistente com a perspectiva dialéctica da natureza humana. Nem anjos, nem predadores.
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Pedagogia para a Responsabilidade Social e Racionalidade Limitada
Retirando a camada não-essencial da questão (o problema das Taxas Moderadoras no acesso à saúde), é imperativo abordar as afirmações que subjazem o argumento. Não é necessário que todos os seres humanos sejam 'racionalistas extremos', computando todas as contingências das suas acções através da razão pura, para que exista um esforço pedagógico no uso sábio da provisão pública. Os seres humanos não são "máquinas de estímulos" simples, são máquinas complexas e altamente sensíveis às condições sociais. São agentes morais autónomos, que existem num estado de racionalidade limitada - a sua agência limita-se, frequentemente, pelo conhecimento de que dispõem.
Não se equipara aqui a virtude moral com o conhecimento, numa expressão de intelectualismo moral que é apanágio do pensamento platónico, mas o fomento activo de laços sociais que permitam inibir o aparecimento de características 'predatórias' no agente moral.
Sinais de Trânsito: Triagem de Manchester
Um dos grandes "sinais de trânsito" que existe a nível do acesso à Saúde no contexto da Urgência Hospitalar é o estabelecimento de um sistema de triagem, denominado Triagem de Manchester. O sistema estabelece prioridades de acesso consoante o grau de necessidade clínica do paciente. Se já existe um dispositivo que modera rigorosamente (com bases clínicas) o acesso à saúde, as taxas "moderadoras" servem apenas o objectivo de financiar.
Acresce que as taxas são péssimos sinais porque sendo iguais para todos, não pesam de igual forma em todos. A sensibilidade à ideia de necessidade ou escassez consoante a carteira de cada um apenas sinaliza ao utente que a saúde é uma mercadoria pela qual ele tem que pagar. Não é a exclusão pelo preço que induz os comportamentos de responsabilidade que procuramos despertar, pelo contrário, podemos ignorá-los se pagarmos, como aqui se refere.
Serei metafísico ao ponto de extrapolar da minha experiência individual a proposição de que ninguém gosta de se dirigir a uma urgência hospitalar com leves sintomas de síndrome gripal, receber uma pulseira azul (não prioritário) e aguardar seis a oito horas numa sala de espera. Arrisco que esta proposição pode, quase, adquirir força dedutiva. Mas sob o risco de ser considerado 'metafísico', deixarei a questão no reino da indução, salientando que a Triagem de Manchester é um óptimo "sinal de trânsito" no que concerne ao acesso à saúde de quem realmente necessita dela.
VOZES DO MUNDO :Carlos Marighella, 40 anos depois
A maior homenagem que esse revolucionário de ação poderia receber é uma avaliação acerca da atualidade de seu exemplo e contribuições frente aos desafios impostos à revolução socialista neste Brasil de início de século XXI. Inúmeras são as possibilidade de avançarmos nessa direção. Escolhi uma delas: a de buscar em Marighella correspondências entre o contexto e os desafios dos anos 1960 e os dos dias de hoje. O artigo é de Carlos Henrique Metidieri Menegozzo.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Antes da dívida temos direitos!
Muitos trabalhadores a falsos recibos verdes acumularam uma dívida à Segurança Social, apesar de não receberem quaisquer contrapartidas desta. É portanto uma falsa dívida que deve ser imputada à entidade patronal, tal como a falsa prestação de serviços deve dar origem a um contrato de trabalho.
A festa de lançamento da petição à Assembleia da República começa hoje às 21h30 no Interpress (Bairro Alto, R. Luz Soriano, 67A).
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
“Esta na Hora, esta na hora, esta na hora do Gago ir embora”
Actualmente, são mais de seis mil os alunos que sairão das Universidades endividados, deixando à vista a política de desresponsabilização do governo que avaliza estes empréstimos como forma de acção social. Aqueles que viram reduzidas ou negadas as suas bolsas conhecem bem o sabor amargo da espera e da aflição sentido nestas ultimas semanas, acabando por ser a desistência do ensino a única saída. As Universidades, sufocadas financeiramente, atingiram o máximo da sua capacidade de endividamento, começando já uma política de despedimentos e de encerramento de serviços e unidades (laboratórios, bibliotecas). O processo de Bolonha, possivelmente o maior fiasco da dita modernização do ensino superior, deixou à porta todas as suas promessas de mobilidade e formação, introduzindo uma torrente de problemas organizativos e pedagógicos, desqualificando os ciclos de ensino e atirando os alunos para o mercado de trabalho despreparados e sujeitos à uma, cada vez maior, precariedade laboral.
Todos estes problemas, à partida desencontrados e com especificidades próprias, têm no entanto um pólo comum, um motor que faz andar este projecto de ataque ao ensino publico e de qualidade, e identificá-lo, em claro e bom som, foi o principal sucesso da manifestação de dia 17, retomando uma das palavras mais ouvidas: “está na hora, está na hora, do Gago ir embora.” Mariano Gago, Ministro totalista dos últimos governos do PS na pasta, experiente que é em abafar as manifestações dos estudantes, não tardou a vir anunciar um “plano de confiança” para o Ensino Superior, prometendo aumentar aquilo que diminuiu durante quatro anos e claro, muito e abundante diálogo, não fosse esse o principal prato deste novo governo. A nós caberá dizer não a esta política do chicote e da cenoura, lutando por uma política clara e de defesa intransigente dos nossos direitos; por uma acção social justa, a tempo e horas, por um financiamento equilibrado das instituições e pela defesa democrática dos órgãos de governo das universidades e das suas decisões pedagógicas e orgânicas.
O resto já todos sabemos, alargar para radicalizar. Saber combater a lógica dos clientelismos e eleitoralismo das actuais Associações, reivindicando mais democracia e discussão, aproveitando, onde possível, para constituir listas de oposição. Uma nova manifestação impõe-se, maior e melhor organizada, o Orçamento de Estado poderá ser o mote, mas apenas se formos capaz de inverter a relação de forças nas nossas próprias faculdades e fazer da revolta um movimento de mudança.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Materialismo e Empiriocriticismo
Tendo como ponto de partida a crítica leniniana do empiriocriticismo, que defende a experiência pura como ponto de partida para uma análise puramente descritiva da realidade, e que converge para uma filosofia da percepção radicalmente empírica, e eminentemente idealista. Lenine escreve a sua crítica de modo a resgatar Marx das garras do idealismo, criticando o pensamento de Avenarius e Mach como inerentemente seguidores do idealismo subjectivo e solipsista de Berkeley.
Das questões técnicas analisadas por Lenine na sua obra, a discussão ramificou-se com uma esplêndida síntese de pensamento filosófico e científico. Se o debate tinha como objecto inerente a epistemologia, este rapidamente alastrou à metafísica e à "matéria" como categoria fundamental do Ser. Outro dos problemas filosóficos merecedores da crítica dos intervenientes foi a questão do determinismo, distinguindo-se os conceitos de 'causalidade' e 'determinismo', e analisando-se o determinismo fatalista, emergente da Física Clássica à luz dos novos paradigmas quânticos, e a sua importância para uma Epistemologia coerente e actual.
Marcha pelo Ensino Superior: 17 de Novembro (próxima 3ª-feira), em Lisboa... DIVULGA!!!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Frase que devia figurar em todos os manuais de estatística!
"Quando o processo histórico se interrompe... quando a necessidade se associa ao horror e a liberdade ao tédio, a hora é boa para se abrir um bar."
W. H. Auden
De Berlim a Bil'in
Foi há 20 anos que o mundo mudou. Foi há 20 anos que milhares de pessoas com as suas próprias mãos pulverizaram o ódio e a segregação que aqueles 3,6 metros de betão em Berlim representavam. Foi há 20 anos que caiu o muro que dividia Berlim, a Alemanha, a Europa e o mundo.
Mas os muros ainda existem. Há cerca de 6 meses fui a Palestina e deparei-me com um muro de 8 metros de altura e com uma extensão prevista de 721 km, que dissecava várias cidades, aldeias, propriedades, campos e as suas populações. Fui visitar uma aldeia que vive e sobrevive os traumas impostos pela muralha, pela segregação e pela ocupação Israelita que são demasiadamente comuns na Cisjordânia. Bil’in (بلعين) é uma aldeia Palestiniana que fica a 12 km de Ramallah, na Cisjordânia, adjacente a muralha israelita e ao colonato de Modi’in Illit (מוֹדִיעִין עִלִּית). É uma aldeia rural, nua, depravada de várias infra-estruturas, onde o centro de actividade aldeã situa-se em redor da escola, da mesquita e do muro em si. Aqui as crianças andam descalças na rua, jogando a bola com trapos e estendem os papagaios ao vento, de forma a canalizar a frustração e humilhação diária que é imposta pela ocupação Israelita.
Em Bil’in o muro não é construído em betão, não tem 8 metros de altura e não tem o sistema de vigilância electrónica noutros sitios. Aqui, o muro é uma cerca de arame, com arame farpado, portões e um checkpoint Israelita. Aqui a fiscalidade do muro não conta, o que conta é o que o muro faz. Esta barreira separa a aldeia de Bil’in de cerca de 60% das suas terras, uma aldeia que é totalmente dependente da agricultura e dos seus frutos. O acesso as suas terras e as suas oliveiras tornam-se um feito impossível. Para tal, estão a mercê e a vontade dos soldados e dos tribunais Israelitas se o portão está aberto ou fechado, são eles que decidem quando querem, como queres e por que razão querem. Contudo, o acesso nunca lhes é permitido, sob o pretexto que é uma zona militar. “Estamos em Guerra” é a frase mais utilizada pelos soldados Israelitas para justificar o injustificável. Na sua essência, o acesso as suas terras é interdito. É interdito, como está em risco de expropriação visto que consoante a lei Israelita, terras que não sejam atendidas após 1 ano são automaticamente expropriadas. Ao mesmo tempo que são proibidos de ter acesso as suas terras, vêm crescimento e avanço do colonato de Modi’in Illit.
Mas tamanha humilhação e violência estrutural não tem passado despercebido. Desde 2005, a aldeia tem organizado manifestações pacificas semanais que inclui a presença de várias organizações internacionais tal como a International Solidarity Movement. Estes protestos tomam forma de uma marcha que inicia no centro da cidade e termina no na barreira, como forma de parar a construção do muro ou do desmantelamento de porções já construídas. Mas o verdadeiro objectivo deste protesto semanal é demonstrar as forças Israelitas e ao resto do mundo que a construção deste muro é inaceitável. É um acto de insubmissão. É a reclamação dos seus direitos. É a reclamação das suas vidas. É dizer “Já Basta”. É dar visibilidade aqueles que se tornaram invisíveis para o resto do mundo. É a revindicação e retaliação dos oprimidos sobre os opressores. É a demonstração de uma força que não sossega perante a injustiça. É a voz da tolerância que visa a destruição da intolerância.
É a mesma força que despoletou a revolta em Berlim no dia 9 de Novembro de 1989. Sabemos que em Berlim o muro caiu em 1989. Quando cairá na Palestina?
Segundo Kennedy, num mundo que se deseja livre, o grito mais orgulhoso que se poderia vocalizar era “Ich bin ein Berliner”. Hoje, esta frase caiu em desuso, já não tem o mesmo significado, está demodé. Creio que hoje, mais do que nunca devemos pronunciar: “Ich bin ein Bil’iner”. Para um mundo sem muros e aberto para tod@s.
domingo, 8 de novembro de 2009
Materialismo e Empiriocriticismo
Aproveitando o centésimo aniversário, realiza-se um debate sobre esta obra de Lenine, terça-feira (10 de Novembro) no Anfiteatro 3 da Faculdade de Letras às 18h. Moderado por José Barata-Moura e com os professores José Croca e Eduardo Chitas.
De uma forma aprofundada, Lénine defende, na sua obra, que:
1.º - Há coisas que existem independentemente da nossa consciência, independentemente das nossas sensações, fora de nós.
2.º - Não existe e não pode existir diferença alguma de princípio entre o fenómeno e a coisa em si. A única diferença efectiva é a que existe entre o que é conhecido e o que ainda não é.
3.º - Sobre a teoria do conhecimento, como em todos os outros campos da ciência, deve-se raciocinar sempre dialecticamente, isto é, nunca supor invariável e já feito o nosso conhecimento, mas analisar o processo pelo qual o conhecimento nasce da ignorância ou graças ao qual o conhecimento vago e incompleto se torna conhecimento mais adequado.
sábado, 7 de novembro de 2009
Estava a ouvir esta música e a cantá-la... como a minha mãe!
Esta mulher é fantástica.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
O pânico não é a Gripe A
E numa gripe normal não se fica com uma bola de ténis na garganta que, durante a noite, até nos dificulta a respiração porque o ar passa pela garganta (e dói, dói mesmo).
Não nos deixa incapaz até de beber água sem gemer de dor.
Não nos deixa com uma deficiência na fala e com a qual toda a gente gosta de gozar.
Meus amigos, minhas amigas: o pânico é amigdalite!
(desculpem o desabafo, estou há dois dias de cama)
Ensino Superior: novo Governo, velhas políticas
Durante o último governo a estratégia do PS foi dupla, por um lado, com o RJIES, rompeu a blindagem dos órgãos universitários de modo a termos hoje pessoas como Artur Santos Silva (BPI) e Henrique Granadeiro (PT) no comando dos conselhos gerais, agora órgão máximo das universidades, avançando também com a possibilidade de transformação das instituições em fundações de direito privado. Com o Processo de Bolonha acelerou a precarização dos ciclos de ensino lançando as bases para um sistema concorrencial entre as instituições, onde a valorização dos centros de excelência vai esfarelando com a “ortodoxia” da universalidade do acesso (a percentagem de alunos de rendimento baixo no ensino superior desceu um terço entre 1995 e 2005).
Num outro plano, o estrangulamento financeiro conduziu a um cenário de sub-financiamento disparando o endividamento das instituições e condicionando o seu normal funcionamento, empurrando para os estudantes o ónus do ensino público. De resto os estudantes, mais uma vez, foram os principais prejudicados, vendo-se condicionados a pagar pesadas propinas (máximo de 996€) perante uma acção social incapaz de abarcar as necessidades. A solução passa pela contração de empréstimos bancários com garantias do Governo, 5500 alunos já o tinham feito até Fevereiro.
Novo Programa de Governo, a continuidade das políticas.
No seu novo programa de Governo o Partido Socialista avança com um “contracto de confiança com o Ensino Superior”, bem sabe que confiança é coisa de escasseia hoje nas Universidades, mas de resto pouco belisca a sua actual política. Em meio a panaceias educativas no plano da formação e uma vaga referência à acção escolar, onde de resto reitera a opção pelos empréstimos bancários, o governo acena com a limitação das propinas de mestrado e a promessa de não aumentar as da licenciatura ao mesmo tempo de reconhece o esforço financeiro das universidades nos últimos anos, embora, diga que o sistema de investimento competitivo e por objectivos é para continuar.
Caminhos de resistência
Com Mariano Gago ao leme a continuidade desta política é previsível, a fórmula liberal é a sua estratégia e os relatórios da OCDE a sua cartilha. A resistência estudantil assume neste cenário um papel decisivo; ou permanece na inoperância agoniante a que as associações académicas se têm remetido ou avança com uma campanha mobilizadora em torno de eixos agregadores, envolvendo todos os que se revêem numa alternativa pela defesa do ensino público invertendo a relação de forças nesta área. E já não temos todo o tempo do mundo para isso.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Propina máxima - 2009
Ao lado deste homem, Saramago é um beato.
George Carlin foi um grande senhor da comédia norte-americana que nos deixou o ano passado. Fazia críticas em forma de piada sobre a identidade e as falhas dos Estados Unidos contemporâneos e sobre, como neste caso, religião.