terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quando o único instrumento que voce tem é um martelo, todo problema que aparece voce trata como um prego.*

O caso Mário Crespo atira-nos para uma questão que resvala numa velhinha dicotomia com cheiro de ortodoxia. É o dilema entre o mau e o vilão, pois, se é certo que as declarações de Mário Crespo atingem as proporções de uma bazuca apontada à testa do Sócrates, basta lembrar o lado conservador e quase reaccionário de um comentador, que votaria Mcain com prazer e deleite, para sentirmos uma certa contracção, um quase desconforto em defender quem defende tipos destes. Podemos sempre nos escudar na também velhinha defesa, vinda das profundezas do liberalismo, de uma imprensa livre, leve e solta, do Estado de direito. Eu cá prefiro a defesa de uma liberdade a partir do particular, bem ciente dos constrangimentos, para ir buscar, lá mais à frente, uma liberdade com cheirinho a universalidade. Mas no final das contas é como diz o ditado albanês: mais vale matar dois coelhos de uma cajadada do que deixar um a voar.

*Mark Twain

0 comentários: