"Não é normal no sentido de que a Bíblia diz que quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio sempre professado pela igreja", defendeu.
Instado pela jornalista Fátima Campos Ferreira a pronunciar-se sobre os direitos civis subjacentes ao casamento entre homossexuais, D. José Saraiva Martins frisou que a questão não tem de ser colocada à Igreja.
"Quando se fala de direitos civis não tem de se interrogar a Igreja, tem de se interrogar o Estado. Quem elabora as leis do Estado não é a Igreja, seria uma intromissão, evidentemente", alegou.
No entanto, defendeu como situação "ideal" uma colaboração sincera entre a Igreja e o Estado "na formulação de certas leis", como a do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Nestes casos, neste sector em concreto, é absolutamente necessária uma colaboração sincera, autêntica e eficaz entre o Estado e a Igreja", em que ambos expressem o seu pensamento, disse D. José Saraiva Martins.
"E pode-se chegar a um acordo, cedendo um bocadinho dos dois lados. Não é opondo-se, é colaborando, é o diálogo", acrescentou. (Sic Noticias)
Não percebi. Explique lá outra vez. Mas devagarinho, por favor.
Então. Não basta dizer que eu não posso existir porque não se lembraram de me pôr na Bíblia (pergunto-me de que mais se terão esquecido). Ná, isso seria muito fácil. Em vez de negar a realidade, empenham-se em explicá-la. Portanto, afinal eu existo. Mas não sou normal, serei provavelmente doente, possuída, uma filha de Satanás. A isso até já nos habituámos, é a típica posição retrógada e opressora da Igreja.
Com ofensas bíblicas posso eu bem. Aquilo que me chateia mesmo é este tipo vir dizer que não é com a Igreja que temos de falar de direitos civis. Porque tem razão.
E é isto que eu não percebo: se ele admite que a Igreja não tem nada a ver com os Direitos Civis, porque raio é que tem de vir meter o bedelho na legalização do casamento CIVIL entre homossexuais??!
… porque estes tipos ainda não conseguiram incorporar com profundidade a noção de laicidade do Estado. Até aceitaram que lhes fossem retirados direitos, sobretudo relacionados com o controlo material da vida das pessoas (cobrança de impostos, por exemplo). Até aceitaram que, legalmente, o que era religioso passasse a ser civil. Mas nunca se permitiram abdicar dos sectores que são essenciais para a manutenção da ordem social.
Se a família (patriarcal e vertical) é o pilar da sociedade, o casamento é um dos seus elementos mais importantes. E quando dizemos que o casamento pode originar outro tipo de famílias, não patriarcais, não verticalmente estruturadas, não definidas, mas flexíveis e diversas, então ai-meu-deus que o mundo como nós o conhecemos está em declínio e vem aí o Reino do Mal. E pior! Querem criar filhos! A reprodução deste modelo societário está condenada.
Não. Aquilo que de facto me chateia é que a Igreja não só considera que é justificável pregar por uma colaboração com o Estado em matérias que são de natureza puramente civil (até porque se fossem Espirituais, o Estado não se metia nisso); não só acha que pode fazer do Estado um canal ou um instrumento para a manutenção da ordem social retrógada, conservadora e opressora que defende; como tem a lata de afirmar que espera um ACORDO com Estado, um compromisso em que haja CEDÊNCIAS de parte a parte, ou seja, um compromisso em que o Estado aceite derrogar um bocadinho da sua exclusividade de competências em matéria civil para as entregar ao “governo espiritual do povos”, só para assegurar que isto não descamba ainda mais.
over my dead body!
mas hey, ele também considera arriscado casar com um muçulmano. Para ver como às vezes nos enganamos… eu já a pensar que ele era homofóbico…! tss tss que PREconceituosa que eu sou.
4 comentários:
Olá,é engraçado virem com o romance da bíblia,mas esquecem-se que há um texto que eles (a Igreja) não reconhecem (apócrifo) que diz que Adão teve outra mulher e a primeira que se chamava LIlith e que como não se submeteu a Adão e era uma grande galdéria que até sexo tinha com os demónios ,deus arranjou-lhe outra que lhe fosse submissa.
Grande estreia!
Boa Joana!
Qual será a posição da Igreja acerca de casamentos homossexuais entre um(a) católico e um(a) muçulmano(a)?! :)
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