quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ser responsável

Decorre, enquanto escrevo, um debate na sic notícias com o tema "PSD". Como não poderia deixar de ser (?) um dos pontos fortes da discussão é quem casa com quem depois das (ou para as) eleições.

Qual é o arranjinho que dá tesão a todo e qualquer politólogo?

Não outro senão Bloco-PS, é um fetiche perverso.

Num ponto concordam todos, o Bloco só se torna um partido responsável e sério se aceitar ir com Sócrates para o governo.
Eu imagino, ou adivinho, as duas razões para quererem isto: mudar alguma coisa na rotina que andam há tanto tempo a comentar e conseguir a tantas vezes prevista morte do Bloco.

Tanto quanto se sabe, e foi muitas vezes dito por Francisco Louçã (que neste debate foi referido como "um personagem literário"), não têm sorte nenhuma, não vai acontecer.

Não deixa de ser necessário clarificar ideias sobre esta hipótese (que não o deve ser).

O Bloco e o PS divergiram, e divergem, em mais pontos do que aqueles em que convergem. Em quase tudo o que interessa têm posições completamente contrárias, quando convergem em ideias divergem nas medidas concretas. Com isto em conta pergunto: em que base se faria essa convergência BE-PS?
Infelizmente ainda não vi nenhum comentador a levantar esta questão, muito menos a tentar responder. Esta falha leva a pensar que as cabeças iluminadas que discutem o que vai na nossa praça têm uma noção estranha e distorcida do que deve ser um partido, dos moldes em que o nosso sistema se deve desenvolver.
Normalmente um partido que se candidata a eleições, sejam elas quais forem, deve ter um programa. Perdendo ou ganhando eleições o programa deve manter-se (não tem de ser estático mas também não deve ser camaleónico), e o partido deve bater-se por ele. É neste conjunto de ideias e acções que se deve poder reconhecer a identidade de um partido. O Bloco tem feito isso, e muito bem. As ideias, as vontades, a ideologia do concreto, tem-se mantido e desenvolvido de forma lógica e sustentada.

Que legitimidade poderia o Bloco pedir para si a partir do momento em que rejeitasse 10 anos de trabalho e luta a troco de qualquer escritório sem janelas e com falso cheiro a poder?

É isto que pedem ao Bloco para ser um partido sério!
Que seriedade poderá ter este alzheimer político forçado?

Uma pessoa a defender isto é uma vergonha, a maioria dos comentadores políticos do país fazer o mesmo é inadmissível!

Pelo respeito à lógica, pelo respeito à seriedade, pelo respeito às pessoas, pelo respeito às ideias, o Bloco não se pode vender!





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1 comentários:

Rodrigo Rivera disse...

O Bloco central, e neste caso o PSD, só sabe discutir política na sua perspectiva, que é a do poder. Nada mais interessa se há a possibilidade de estar no Poder. Programa, propostas e coerência desaparecem quando houvem a palavra "Poder". Vêm a política como um jogo pelo poder a qualquer custo, como a classe dominante vê o lucro. Compreendo portanto a análise pobre e demagógica feita por esses "comentadores".