Já acabei de ler este livro há alguns dias, mas só agora me vejo capaz de escrever algo neste blog (a minha inconstância horária nestes últimos dias traduz-se na minha ausência aqui).
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Livro: O Fim da Pobreza.
Autor: Jeffrey Sachs.
Edição: 2ª
Editora: Casa das Letras.
Ano: 2005
Tradução: Paulo Tiago Bento.
Domínio: Ciências Sociais; Política; Economia.
Outras informações: Tem um prefácio de Bono e outro do padre Vitor Melícias (apenas na edição portuguesa).
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O livro está bem estruturado, com uma escrita simplicista (e simples) que em muito se assemelha quase a notas pessoais. Não tem floreados, nem nenhuns actores principais a não ser o próprio autor que, a bem dizer, muito se auto-elogia. Peca por isso: por uma escrita demasiado enaltecedora.
Fora isso, acho que o livro merece, e deve, ser lido por alguém que esteja interessado em políticas sociais e económicas. Apesar do mesmo não fazer grandes referências a teorias economicistas (profissão primordial do próprio Sachs), apresenta alguns aspectos importantes e que merecem reflexão. A obra estabelece pontes entre vários países que, nos últimos anos, têm sofrido crises (hiperinflação, falta de infra-estruturas, de capital, de capital social, entre outras) e que Jeffrey, quão super-homem, os salvou da desgraça. Ao fim de alguns capítulos, contudo, o autor torna-se mais coerente e decide abandonar as ideias elevatórias e apresenta propostas de como acabar com a pobreza extrema (atenção que o autor apenas se refere a este tipo de pobreza) apresentando condições propícias e, acima de tudo, bastante exequíveis para o fazer. Fala de África, Ásia, América Latina, Europa, América do Norte. Tece críticas duríssimas aos EUA, especialmente. E, sendo actual, merece destaque porque o próprio autor refere, embora minimamente, a crise que já se antevinha (e que agora passamos).
No entanto há que ter cuidado e lembrarmo-nos de alguns aspectos: o autor é americano. É capitalista. É defensor do mercado livre. Chega a ser anti-comunista. Porém, por incrível que pareça, considero-o um homem de esquerda (moderada), social-democrata e bastante sensato. Em tudo o que ele refere é bem capaz de falar bem e no momento a seguir apresentar os aspectos negativos. Defende educação, saúde, entre outros, grátis e universal para a sociedade, sendo que incita o Estado a comportar tais custos.
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Mais não falo, porque creio que isso seria desvendar o que não deve ser desvendado. Leiam-no. É bom, muito bom. Dos melhores livros que li até hoje, apesar de bastante populista, sobre este tema. É grande, com as suas 500 e tal páginas, mas lê-se com uma facilidade bastante pouco comum neste tipo de obras.
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Nota: 9/10.
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