Chegou-se a um ponto - totalitário, intimidatório - do discurso contemporâneo em que qualquer pessoa pode ser insultada como anti-semita por criticar Israel. [...] Não sou sionista nem anti-sionista. [...] Outra estratégia de esvaziamento das críticas a Israel é acusar quem as faz de ser pró-palestiniano.
(...)
O problema não é só não haver um futuro, é não haver um presente. A cada dia que passa, o meu amigo de Gaza continua sem trabalho e sem poder levar a família para outro país. As filhas crescem todos os dias e esta vai ser a infância delas. Têm 40 quilómetros de comprimento por seis de largura para se mexerem, com más casas, más escolas, maus hospitais, má comida, má água. E vem a depressão, a doença, a violência.
Toda a gente sabe que a violência gera violência. Toda a gente sabe que não há solução militar. Toda a gente sabe - está em todos os documentos internacionais assinados por Portugal - que Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental são territórios nas mãos de Israel. Toda a gente sabe que há milhões de refugiados palestinianos há mais tempo do que eu estou viva e ninguém os quer. E é por isso que justificar o bombardeamento de Gaza com a defesa de Israel é tão obsceno - simplesmente porque toda a gente sabe que os palestinianos são os perdedores desta História.
interessante artigo de opinião de Alexandra Lucas Coelho [integralmente] no «Público»...
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