"É a pior situação que já tivemos, e está a ficar pior. Não há electricidade, não há água, as fronteiras estão fechadas. Mesmo leite para as crianças, já não temos. Agora já não nos matam devagar, matam depressa.
Primeiro o cerco, depois o ataque, e por aí fora. E o mundo não se está a mexer - os europeus não vão ajudar os palestinianos. Pergunto-me porquê. Têm a nossa terra e agora atacam-nos?
(...)
Porque é que o mundo compara israelitas e palestinianos? Há seis meses houve um acordo de cessar-fogo e o que é que os israelitas fizeram? As fronteiras estavam fechadas, o combustível parou, e podiam matar quem quisessem a qualquer hora. Como posso igualar Israel, que tem um exército, com os palestinianos?
Os palestinianos defendem-se. Se vocês fossem ocupados não se defenderiam? E comparam-me com um israelita que me ocupa? É direito meu defender-me, mas não é direito de Israel ocupar. Não há igualdade."
Nasser Al Tater, 50 anos, palestiniano
Cardiologista no Hospital Al Shifa. Vive na Cidade de Gaza
(do P2 do Público de ontem)
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